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Como se fabrica um pistoleiro é um estudo sociológico inédito no Brasil sobre como surgem os "matadores de gente". Resultado de uma extensa pesquisa de campo, o livro foi escrito pela autora depois de ela ter viajado durante deis anos pelo sertão de seu estado natal, o Ceará, além de Piauí e Maranhão, realizando um trabalho etnográfico, morando em fazendas e casas de família. O livro apresenta um amplo mapeamento dessa atividade "comercial", ainda hoje presente em toda a região interiorana do nordeste brasileiro, além de ajudar a elucidar um problema que persiste nas sombras de um país manchado pela desigualdade social. A fabricação dos "cabras" , como os pistoleiros são chamados, é abordada por Peregrina Cavalcante de modo a despertar o imaginário do leitor, além de revelar algo tão presente na cultura do país. Entre os personagens, tratados de forma romanceada, encontramos os "jurados de morte", os "pistoleiros" e os familiares de ambos, cada um deles vivendo seu próprio conflito. A religião e o lado místico, que engloba simpatias e pajelança, são abordados sem caráter denunciatório, e surgem como forças propulsoras de uma cultura viva, de subsistência para uns, mas letal para outros. Utilizando uma narrativa contundente, em primeira pessoa, Como se fabrica um pistoleiro conduz o leitor por caminhos alternativos, ao utilizar a relação imagem´pensamento para conhecer e entender melhor um fenômeno que ainda permanece presente no século XXI, e ao estabelecer um vínculo entre os vários aspectos sociais e culturais desse verdadeiro Brasil, regido por regras e leis próprias.